VANITY FAIR: EMMA É A ESTRELA SECRETA DE NOÉ

A revista americana Vanity Fair publicou um artigo sobre a atuação de Emma Watson em seu novo filme "Noé", confira a critica muito positiva abaixo:

- Matéria escrita por Katey Rich para a Vanity Fair.
Tradução: Emma Watson Brasil

O artigo contem spoliers.

Promovendo Noé em Nova Iorque em uma quarta-feira à noite, Darren Aronosfky prometeu ao público que eles veriam Emma Watson de uma forma jamais vista antes. Após uma hora de filme, quando a personagem de Watson é curada por Methuselah (Anthony Hopkins) para que possa entregar-se sexualmente, percebe-se ali um grande eufemismo. Hermione com roupas imundas e transando no chão de uma floresta? Que tipo de bruxaria é essa?

Mas Watson não é mais nenhuma estrela infantil que desce de nível ou tente soar vulgar para mostrar ao público que cresceu, ela já provou isso com impecáveis papéis que interpretou após Harry Potter. O que há de diferente em Noé, é que Watson realiza uma grandiosa performance que serve para determinar uma carreira bem construída. Com um elenco cheio de estrelas, incluindo os vencedores do Oscar Jennifer Conelly e Russel Crowe como seus pais adotivos, Watson carrega toda a emoção do filme. Em um filme que contém a verdadeira e literal palavra de Deus, Watson é responsável por fechar o monólogo final (Alerta de spolier: Eles sobrevivem à inundação. A humanidade volta a se repovoar). Sentada em uma praia com Russel Crowe, seu cabelo bagunçado e rancorosa pelo olhar, Watson é calma, como também intensa. Em Noé, podemos ver pessoas suportando situações insuportáveis, e com Watson nós realmente podemos sentir todas elas.

O papel de Watson no filme é de certa forma, a típica esposa sofredora, uma mulher presa em uma sociedade difícil, patriarcal e ainda presa com seu pai em uma arca (Russell Crowe). Ila foi adotada e criada como filha de Noé, mas ela também se relaciona com o seu irmão adotivo Shem no momento em que a arca está quase completa (Não há muitas opções nos dias que antecedem o dilúvio). Quando Ila é curada por Methuselah e acaba engravidando, entra-se em contradição com o que Noé agora acredita ser o plano de Deus: Destruir completamente toda a humanidade.

Com seu papel, Watson tem que chorar bastante, seja junto ao seu pai prestes a ficar louco, até mesmo em uma cena de parto bastante brutal. Muitos atores ganham crédito por transmitirem muita emoção, mas não são as lágrimas de Emma que surpreendem; e sim a forma que ela as alcança. Tendo sobrevivido ao dilúvio e visto o mundo ser repovoado, Ila aparece entre as mais fortes do grupo. O filme ainda sim, é sobre Noé e sua conversa com o Criador, mas quando Noé perde o controle e começa a ficar louco, É Ila quem toma controle da situação. A garota que Noé um dia considerou ser algo descartável se tornou a única guia possível de dar continuidade ao futuro.

Este tipo de inversão de papéis é comum em muitas estórias – os gentis herdarão a terra depois de tudo – mas se torna uma surpresa neste épico filme chamado Noé; Até mesmo os modernos anti-heróis, de Batman a Walter White (Breaking Bad) tendem a ser responsáveis pelas últimas palavras em suas respectivas sagas. Aronosfky e seu co-roteirista Ari Handel, estruturaram a história para que Ila se tornasse heroína, e Emma Watson se supera, ela consegue fazer com que a moral da história gire em torno de sua personagem sem que percebêssemos. É uma grande performance – E todas aquelas lágrimas! – Mas Watson encontra até nos pequenos detalhes para fazer de Ila uma pessoa e não uma idéia. O que não é uma tarefa fácil tratando-se de um personagem que não existe biblicamente.

Jovens heroínas fazem parte de histórias que giram explicitamente em torno delas – Katniss, Tris, Lyra, Meg Murry, Ramona Quimby, e etc. Uma das raras exceções é Hermione em Harry Potter. Quando criança, Watson era precoce e envolvente, mas era difícil saber se isto seria bem visto em sua vida adulta. Em Noé, Watson passa confiantemente pela inundação para se tornar a estrela principal do filme.

Noé estreia dia 03 de Abril no Brasil.

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